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Você pode até se apaixonar à primeira vista pelo design, pelo preço ou pela ficha técnica. Mas será que esse carro dos sonhos não vai virar um pesadelo na oficina?
Em um mercado cada vez mais competitivo, nem todo carro que vende bem é sinônimo de confiabilidade. Muitos modelos populares escondem armadilhas sob o capô — e só quem já encarou um câmbio falhando, uma suspensão que vive rangendo ou um motor que ferve em plena marginal sabe o tamanho do prejuízo.
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Com base em reclamações de consumidores, dados de oficinas e levantamentos técnicos atualizados até agosto de 2025, montamos um ranking exclusivo com os 10 carros mais problemáticos do Brasil em termos de falhas mecânicas.
Se você está pensando em comprar um carro — novo ou usado — ou só quer saber se o seu nome está na lista dos “sofredores de oficina”, siga na leitura. Você pode se surpreender com quem aparece (e quem ficou de fora).
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10 – Honda Fit CVT (2003–2008)

O Honda Fit sempre foi sinônimo de versatilidade, confiabilidade e bom custo-benefício. Desde sua chegada ao Brasil, o compacto conquistou uma legião de fãs graças ao seu espaço interno surpreendente, à modularidade dos bancos e ao consumo eficiente — especialmente nas versões com câmbio automático CVT.
Pequeno por fora, gigante por dentro, o Fit agrada desde jovens urbanos até famílias pequenas que buscam um carro ágil, econômico e com o DNA japonês de durabilidade. E não dá para negar: ele entrega isso, sim… mas não sem ressalvas.
A primeira geração equipada com câmbio CVT (2003 a 2008) ganhou fama de confiável, porém carrega uma fragilidade importante justamente no seu sistema de transmissão — algo que, com o tempo, se tornou uma dor de cabeça para muitos proprietários.
🔍 Ficha técnica – Honda Fit CVT (2003–2008)
- 🔧 Motor: 1.4 8V i-DSI / 1.5 16V VTEC
- ⚙️ Transmissão: Automática do tipo CVT
- ⛽ Consumo médio: 12 km/l (cidade) e até 15 km/l (estrada)
- 🚗 Capacidade do porta-malas: 353 litros
- 🛣️ Tanque de combustível: 42 litros
- 🧍♂️🧍♀️ Espaço interno: 5 passageiros, com destaque para o sistema de bancos “Magic Seat”
⚠️ Principais problemas relatados
Apesar da fama de bom carro urbano, o calcanhar de Aquiles do Fit antigo está no seu câmbio CVT, especialmente quando a manutenção preventiva não é feita com rigor:
Veja Também:
- Desgaste prematuro da correia CVT, gerando ruídos e perda de desempenho
- Superaquecimento da transmissão, principalmente em uso intenso (subidas, trânsito pesado)
- Necessidade de troca de fluido CVT específica (não seguir essa exigência pode levar à falha total do câmbio)
- Custo alto de reparo, já que a manutenção da caixa CVT exige peças específicas e mão de obra especializada
Além disso, alguns donos relatam que os primeiros sinais de falha aparecem de forma sutil — como trancos, aumento no giro do motor sem resposta proporcional e ruídos metálicos — e quando se percebe, o prejuízo já está batendo na casa dos R$ 8.000 a R$ 12.000 em oficinas especializadas.
✅ Conclusão: ainda vale a pena?
O Fit CVT 1ª geração tem uma proposta prática, econômica e confiável — desde que bem cuidado. Ele entrega tudo o que se espera de um Honda: robustez estrutural, bom acabamento para a época e economia no dia a dia. Mas a cereja do bolo — o câmbio CVT — pode virar um pesadelo se não receber atenção especial.
Veredito:
🔧 Se você busca um usado confiável com câmbio automático, o Fit ainda pode ser uma escolha acertada. Mas atenção redobrada ao histórico de manutenção do câmbio CVT. Se houver ruídos, trancos ou histórico de uso urbano intenso sem manutenção adequada, o melhor é passar para o próximo da lista.
9 – Citroën C4 Picasso (2010–15)

Ele chegou ao Brasil com a promessa de revolucionar o conceito de minivan familiar. O Citroën C4 Picasso, com seu design futurista, enorme área envidraçada e soluções internas inteligentes, rapidamente conquistou o público que queria espaço, conforto e estilo em um carro diferente do tradicional SUV.
A sensação ao entrar no C4 Picasso é a de estar a bordo de um carro premium europeu — painel digital centralizado, para-brisa panorâmico e bancos traseiros individuais destacam a sofisticação francesa. Além disso, o motor 2.0 16V se mostra honesto no desempenho, e o espaço interno é generoso para viagens em família.
Mas como você viu no nosso ranking, nem tudo são flores…
📊 Ficha técnica – Citroën C4 Picasso 2.0 16V (2010–2015)
- 🚗 Motor: 2.0 16V Flex (151 cv com etanol)
- ⚙️ Câmbio: Automatizado de 6 marchas (EGS)
- 🛞 Tração: Dianteira
- 🪑 Capacidade: 5 lugares
- 🧳 Porta-malas: 500 litros
- ⛽ Consumo médio: 6,5 km/L (etanol) | 9,4 km/L (gasolina)
- 🏁 0–100 km/h: 10,5 segundos
- 💰 Preço médio atual (usado): entre R$ 35 mil e R$ 45 mil (agosto/2025)
⚠️ Principais problemas relatados
Apesar das qualidades e do conforto acima da média, o C4 Picasso ficou conhecido nas oficinas brasileiras pelos seguintes motivos:
1. Câmbio automatizado problemático
O câmbio EGS (Electronic Gearbox System), automatizado de seis marchas, é uma fonte comum de dores de cabeça. Trocas lentas, trancos, falhas no sistema de embreagem robotizada e alto custo de reparo são queixas recorrentes entre os donos.
2. Suspensão frágil e barulhenta
A suspensão, apesar de confortável, sofre nas ruas esburacadas do Brasil. Desgaste prematuro de buchas, batentes e rolamentos faz com que muitos proprietários convivam com ruídos indesejados logo após os 50 mil km.
3. Eletrônica sensível
Como é típico da marca, o C4 Picasso tem uma central eletrônica complexa — e bastante sensível. Falhas em sensores, alertas falsos no painel e problemas intermitentes no ar-condicionado digital são relatados com frequência.
4. Manutenção cara e peças escassas
Peças de reposição específicas (principalmente do câmbio e sistema de suspensão) são difíceis de encontrar e, quando disponíveis, costumam ter preço elevado. Isso torna a manutenção mais lenta e onerosa.
🧾 Conclusão e veredito
O Citroën C4 Picasso é, sem dúvida, um carro que marcou época no segmento de minivans, oferecendo soluções criativas e conforto de sobra. Seu design ousado ainda chama atenção, e o espaço interno é um diferencial até hoje. No papel, é um carro que entrega muito por pouco — principalmente no mercado de usados.
Porém, sua complexidade mecânica e eletrônica pode transformar essa compra em um projeto de paciência (e de carteira aberta). O câmbio automatizado é o maior vilão, seguido pela fragilidade da suspensão e pelos problemas elétricos que exigem atenção especializada.
🛑 Veredito final:
Se você valoriza conforto, estilo e espaço, e tem um bom mecânico de confiança — ou está disposto a conviver com alguns imprevistos — o C4 Picasso pode te conquistar. Mas se busca confiabilidade mecânica e manutenção simples, é melhor procurar em outra prateleira do mercado.